Meu amor já não
és,
Acometida farsa
minha
Deleitoso sonho
meu
Venenosa esmola
divina
(Ou que cri, eu,
vinda do céus)
Meu amor, já não
sou
Eu, que não
posso mais.
Sou outro onde
posso
Que não sejas
jamais
Amor.
É preciso
somente que
Não seja eu para
que não
Sejas mais amor,
amor,
Em mim.
Contudo, já não
és
O cuidado que me
deste,
O sorriso que
fizeste.
Mudou-se que
saíste,
Meu amor.
Já não és, meu
amor,
A chance que
pedi
No momento em
que perdi
As estribeiras,
amor
Que não, não é
meu.
Falho na
empreitada
Onde far-me-ia
teu
Amor que pediste
Ou que fingiste
Procurar, meu
amor
Que não és.
Meu amor já não
és.
Foste, mentira
linda!
Sincero atraso
no dia
Do dia em que
seria
O princípio, que
não foi.
Não és,
brevidade magnífica,
Desordeira
meticulosa
Do alheio
coração, meu amor,
Que fizeste não
mais eu.
Meu amor já não
és.
E perdoa-me,
pois não posso,
Não dou verso ao
desamor.
E bota fé que é
com pesar
Que procuro o
apagar
Do que não és,
Do que não
somos.
Meu amor, já que
sim, és
Motivo de rima,
de rumo
De tudo no
tanto, no entanto
Não és nada.
Meu amor já não
és.
Se não existes,
Não existo eu.
Sem consumir-te,
Ausente
consumar-te,
Ainda sim, meu
amor,
Permanecerás.
Nathaly Guatura
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